sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Solidão e as Moscas da praça

Estava só mesmo que de fato não precisasse, não estava ali porque queria, a vontade tinha passado.

Continuou, porque assim algo lhe dizia que era certo. Maldita esperança, tem que ser a ultima a morrer!

Permanecia calado, nunca fora de falar muito mesmo... Mas foi assim que aprendeu mais do que falar pouco, aprendeu o valor de seu silêncio.

Observou os passantes por certo tempo até cegar-se, começou a olhar as palavras, olhava para seu interior e foi ai que de fato que seus olhos se abriram.

A ruidosa praça se tornara um tumulo na qual se quer pássaros se pronunciam.

E ele estava só, e assim se sentia e mais do que isso, assim se sentia confortável até de fato!

No cair do sol pensou com ele: "Assim que nascem os sábios".

E se indagou com sua própria afirmação.

Mas voltou a observar a praça e voltou a ver os passantes e os senhores sentados e não via neles nada mais do que moscas bicheiras zunindo, observando e zanzando!

E não se arrependeu de sua malicia. Deu um trago, se levantou e caminhou se sentindo um grande estranho.

Mas de fato ele era... Um estrangeiro estranho...

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Pois é. De repente veio o incômodo (e o desejo de não pensá-lo) relacionado àquela discussão quanto ao ato de maquiar as sensações passadas. Talvez porque elas vieram - e de modo muito covarde, eu diria. Eu e a facilidade de apagar os momentos - por vezes temporariamente, outras não. Eu e as atitudes levianas ou indiferentes. Eu e momentos apáticos e momentos vazios e momentos tão nítidos. Eu e o (i)mundo que veio arrasando tudo e me roubando o bom/bem.

Eu e a certeza e que preciso renovar meus óculos. Agora.



terça-feira, 25 de outubro de 2011

Moça



Moça, de que vento louco do destino me fez te encontrar? Talvez tenha sido ele próprio que surrupiou minhas palavras, ou teria sido apenas seu sorriso que me fez esquecê-las?

Moça, quem te contou que esse coração ainda tinha muito a dar?

Tiramos nossas mascaras e expomos nossos corações. Ah corações... como se magoam de maneira tão fácil apesar de resistir a tanto fogo ardente de paixão. E fogo é o que de fato não nos falta, fogo de ser, de querer, fogo em fazer. Tanto fogo que só de pensar fico com calor, um calor que quero dividir em seus braços.

Moça você me prendeu em seu olhar, passaria horas sem falar uma palavra porque são desnecessárias em comparação a beleza de estar face a face contigo e nem mesmo os olhos de Horus tem tanto poder de encanto.

Moça, cadê tua boca nas noites que mais preciso?Espero que esteja a espera de minha busca que não tardia.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O abismo



- Meu caro, afasta-te daí! Tu não sabes o perigo que corre!

- Nada temo companheiro!

- Como não?!? Estás à beira de um abismo! O abismo dos loucos, dos que se cegaram, dos iludidos. Este é o abismo do amor!

- Estou ciente de meu recinto, vim por minha vontade, mas não sabia de tais apelidos... Por que tanto o difama?

- Porque já vi muitos bons homens terem seu fim abaixo, aonde tua vista encontra.

- Mesmo assim nada temo.

- Mas meu bom homem, um passo a frente e não encontrarás nada alem de um vazio vertiginoso e um chão duro e frio para te por fim! Juro que não entendo o senhor tanto quanto os outros!

- Então deves ter menos cautela comigo e se pôr a pé de tua própria vida. Pobre de ti por não compreender tais atos, por não saber o que é ter algo ou alguém para se arriscar.
Aqui estou para por em prova e provar a todos a legitimidade do sentimento!

- Me dobro a tuas palavras e te dou ponto por falar de minha solidão mesmo sem me conhecer, mas ponho-lhe também a pé de vossa loucura, o que pretendes conseguir ao pular desse abismo?

- Ganhar asas meu caro, ganhar asas e voar livre e feliz!



               Então pulou com toda sua coragem e agora se encontra em queda livre...

domingo, 16 de outubro de 2011

Lições do álcool


Aprendi no bar a criar e terminar relações,
Apoiar amigos e abater inimigos.

Aprendi com o copo a nunca querer ficar vazio,
 Mas nunca estar demasiadamente cheio.

Aprendi na embriagues a me perder pelos caminhos,
Mas sempre poder acordar em uma boa cama.

Aprendi com o vinho a ser sempre dois,
 Doce ao mesmo que amargo.

Aprendi com a vodka a não temer o frio,
Que o que queima também cura.

Aprendi com as batidas que misturar pode ser bom,
Ou não.

Aprendi com o whisky a aguardar o tempo,
E com ele me tornar cada dia melhor.

Com a ressaca aprendi que tudo tem conseqüência,
E com conseqüências sempre viveremos.
 

sábado, 15 de outubro de 2011

Ao homem que amo

É o vento,
efervescência das manhãs,
a calmaria dos sonhos,
numa angustia que atormenta.
Necessito a comunhão
entre seus pecados e meu perdão
pensamentos e devaneios
com os meus anseios leves
que eu possa  entregar-me
mesmo que num momento breve.
como um desejo antigo
á felicidade de poder estar contigo.


ps- vamos deixar claro que não me refiro ao meu parceiro de blog.

Oi?!


Perdão pelo silencio da escrita por essas bandas. Fui vitima de furto!

Roubaram-me as palavras! Mundo perigoso esse nosso não?

Mesmo da segurança de 7 chaves que é meu eu, nada pude fazer a não ser ver tudo ir!!

A vida me embebedou e o cotidiano me cegou e pensar se tornou dispensável.

Tudo isso por que tudo o que vi era bom, e tão bom que questionar podia ser pecado.

Eu sempre me mantenho longe de tudo que é mal (quem me conhece sabe).

Então um “oi” para quem aqui põe a vista nesse blog.

Um “oi” de ainda me mantenho vivo.

Um “oi” de me acordem por favor me acordem!!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Inspiração... me pegue enquanto eu durmo?

Agora eu sei porque tanto busco o teu corpo
Agora entendo porque o meu corpo grita e anseia tanto pelo teu corpo.
É que o teu corpo tatuado tem o jeito do desejo,
O jeito do pecado que vicia,
A malícia que desperta a sexualidade adormecida
O fogo da paixão ardente
O prazer que só ele me propicia.
Agora sei que que preciso do teu gozo em meu corpo,
Assim como sei que precisa do meu colo, meu cheiro e meu gosto
 Depois que senti tua energia gostosa...sua risada timída, sua vontade faminta de mim...
Não consigo me desprender desse pensamento.

Teu corpo tem o frescor das manhãs,
O calor dos vulcões,
A inocência de uma criança,
O gosto irresistível das maçãs.
 ...E é o que quero hoje...
 Ah...quanto querer, quanto desejo e tesão,
você é minha nenem... a musa da minha nova inspiração...


 

terça-feira, 11 de outubro de 2011

VACA PROFANA

Aquela coisa a perseguira a manhã toda. Estafada, derrotada, ela por fim se sentou naquele banco de tijolos alaranjados e quadrados no meio da rua e berrou para cima, com toda força que tinha, cai, cai logo, e vê se cai de uma vez. E, como se desse uma risadinha sarcástica, a estrela demorou um pouquinho para cair, para dar esperança a ela, e depois despencou com toda força em suas pernas trêmulas.
Carregou aquilo para casa. A estrela lhe feria as mãos, mas não sangrava, nem queimava, nem nada aparente. Comeu-a no almoço. Aquilo lhe doía a garganta, ardia o estômago, deformava os talheres. Tinha um gosto azedo e espinhoso, dolorido. Quis se sentir mulher, e para aplacar a dor comeu o chocolate ao leite mais amargo que já provara.
Naquele dia, ela, que nunca chorava, colocou tudo para fora. A estrela doía demais no estômago para seu ego agüentar. Chorou todas as suas mágoas e suas dores, reclamou para as pessoas amadas de todos os seus problemas tão mesquinhos (seriam mesquinhos mesmo ou ela se martirizava demais por tudo?) que lhe doíam tanto no seu obscuro inconsciente.
E então, ela, que queria tanto se sentir mulher, não lavou o rosto após o choro, e não aproveitou a beleza que toda mulher tem após o pranto. Não passou um batom nos lábios trêmulos e secos. Não vestiu seu mais belo vestido. Não foi se divertir com os seus naquela noite. Não disse sim! àquele homem tão interessante que a telefonava às vezes. Não optou pela diversão. Não quis trabalhar.
Naquele dia, ela quis apenas ser.
E depois de tanto sofrer, de tanto chorar, de enxergar quem ela realmente era, ela resolveu que era hora de melhorar. Hora de enxergar que aquela estrela que via tão pontuda era, na verdade, um átomo, uma coisa microscópica que não poderia lhe fazer tanto mal.
O sol vem amanhã, disse ela à noite escura.
Durante o banho, lavou todo aquele dia horrível do corpo. Expurgou toda a sujeira, o suor e o ranço que a ilusão da estrela lhe trouxera.
Por fim, dormiu um sono pesado como não dormia há tempos. Não foi perturbada pela insônia, e nem mesmo sonhou os sonhos horríveis das últimas noites. Descansou, apenas.
 
 
 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Veneno = De todo o prazer e de todo o resto que não se deve pensar

Dá mais...dá  mares, dá céus
Daí-me.
De 4 pernas entrelaçadas e de corpos fumegantes...
de um olho que nos observa,de um homem que já me amou, que agora te ama...
Ao longe, toca com força...puxa pra cima...sente o pulsar.
E nós pêlo, pele e cheiro, nos percorremos com língua, com gosto, com dedos ...intenso.
Somos passado e presente na cama, de um olhar que nem o futuro sabe onde vai dar...
somos veneno de todo um prazer e de todo o resto que não se deve pensar.
Somos uma, duas e mais um...somos 3
De todo o prazer...
E de tudo que temos que pensar...


Então Teu que é meu e teu , Dá que é mares meus novos mares, Ná manhã...ou Ná night...

sábado, 8 de outubro de 2011

Vampira

Chupo-te com gosto e como vampira.
Toma o meu corpo transparente
no que ultrapassa tua exigência carnívora.
Dou-me arrepiando em tua face
uma vadia nocturna.
Vem contemplar nos meus olhos de vidente
a morte que procuras
nos braços que te possuem para além de ter-te.
Toma-me nesta pureza com ângulos de tragédia.
Fica naquele gosto a sangue
que tem por vezes a boca da inocência.
 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Vazia

Com a alma desnuda...alma despida.
Mãos já vazias, que silenciam nos lábios as palavras...
escuro aqui, minha luz que se acaba.
Sombras que envolvem , tudo e nada.
A leve nostalgia de tempos, passados...
A lágrima agora que cai,
em ecos,
que o vento transporta...
Nesta dolorosa,
pausa.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Igualdade

Não sou um simpatizante LGBT, mas também não sou (mais) um conservador à La Bolsonaro e vejo que a população já não pode se conflitar com o crescimento homossexual, mas também vejo que a comunidade homossexual perdeu a mão e o respeito.

Há alguns dias vi discussões sobre dia do orgulho homo e hetero e o enorme alarde que virou devido aos heteros também quererem um dia pra comemorar sua opção sexual.

Não que eu fiquei em cima do muro, mas percebi antes de tudo o erro que precede a escolha:

O ORGULHO!

É o ácido do ser humano, um separador nato. Se quiserem viver em paz e harmonia é o primeiro passo a ser dado, afasta-te do orgulho!

É do orgulho demasiado que nasceu os maiores horrores da historia: Nazismo, escravidão e homofobia. E agora até de maneira sinuosa está nascendo um pequeno monstrinho chamado heterofobia também.

Portanto acho que mais correto é abolir tudo isso porque (da mesma maneira que o dia do negro) é apenas demonstração de separação social de um passado que deveria ser deixado para trás.

Não que eu seja uma pessoa humilde, não sou, mas também não faço questão de ser aceito ou me igualar ao resto. Mas para quem isso deseja minhas palavras são:

Não comemore seu orgulho, tenha-o, mas guarda-o como uma medalha de ouro que só se diz ao seu mérito. Ponha-se em seu lugar e veja que seja qual for à escolha não te faz melhor ou pior que outro alguém.