terça-feira, 30 de agosto de 2011

3 porres

 
Foram necessários 3 porres para retornar minha vida:
 
O 1º foi para digerir o que eu tinha passado e o que eu tinha perdido. Foi para extasiado até que a ferida cicatrizasse, então precisava de álcool forte: Whisky para esterilizar.
 
O 2º foi para deixar pra traz. Até que no começo foi para esquecer, mas percebi que não conseguiria e que seria um erro também, mas precisava de um alivio na memória. Então escolhi logo um especialista: Tequila amnésica. 
 
O 3º foi para seguir em frente, ou voltar atrás, até hoje não sei direito. Tentar continuar como se nada tivesse mexido meu mundo e voltar a ser como era. Então chamei um velho companheiro: Cerveja sempre!
 
Muitos outros porres vieram (e com eles a ressaca), antes e depois, por outros motivos ou sem motivo algum.
 
Mas pra você foram 3.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Voz


Era um dia muito parecido com outros dias passados e por isso muito cansativo. Então se abateu, o dia se tornou muito longo, então aproveitou seu lar e  deitou em sua cama com a mesma suavidade que um boxeador beija a lona.

Entre sua consciência e a falta dela ouviu uma voz sussurrante que dizia:

“-Isso! Não se mova mais! Por hoje é seu fim, o mundo já tirou demais de você por hoje.”

Ele  já não sentia seus braços, suas pernas, ouvia apenas o ar entrando e saindo de seus pulmões. E falar?
Nada. Tinha que se calar para poder ouvir uma voz que quebrava o silêncio volúvel do quarto. Ela dizia:

“-Isso! Não pense, não lembre! Não queira viver o passado e nem inventar um futuro. Suas idéias sempre amarguraram o coração e por isso agora não pense em nada e sinta o prazer de não sentir nada. Faz por hoje pena o peso desse mundo que carrega. Esse mundo inteiro majestoso e ao mesmo tempo monstruoso que você criou, deixe-o flutuar!"

Uma hora virou uma noite, uma hora de noite bem dormida e infelizmente interrompido por sua família.

Fizeram a pensar que foi um nirvana.

Penso que foi um sentimento reprimido, a alma pedindo 5 minutos de paz.

domingo, 14 de agosto de 2011

G.P.




Era uma mulher da vida, dama da noite, meretriz ou se preferirem garota de programa ou até puta mesmo, tinha varias nomenclaturas, mas atendia por um nome em especifico que também não era seu verdadeiro nome.

Trabalhava numa casa com outras tantas garotas e não mantinha nenhum destaque sobre elas porque isso não lhe daria vantagem e mesmo que desse provavelmente não valeria a pena.
Ela nem se lembrava de como chegou a tal situação, só se lembra de certos erros cometidos há tempos atrás e agora paga o preço com seu corpo.

Usava pedaços de roupa que mais a despia do que de fato cobria, não que gostasse da vulgaridade, facilitava seu trabalho da mesma forma que um médico usa seu jaleco branco para ser identificado. E às vezes era médica também, aliviava os instintos animais, acalmava aflitos e em raras ocasiões era psicóloga de covardes. 

Passava uma boa maquiagem e aquela era sua mascara. Não podia mostrar que não gostava de nada daquilo, tinha que estar sempre disposta e alegre e ter que alegar seja lá quem fosse. Pintou sua boca de vermelho e diz muitas palavras doces ao pé do ouvido com muito carrinho e paixão. Diz muitas coisas sobre qualquer coisa, só não diz uma coisa: a verdade.

Anda sensualmente, era quase como uma serpente que se prepara para abater uma presa fácil. Seu veneno era puro feromônio matador de homens.

Mas andava cabisbaixa, só os mais sutis notam.  Ela podia continuar a vender seu corpo todo dia, mas pelos seus olhos percebesse que sua alma já tinha se perdido há tempos.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A mesma mão, novas palavras


Gostava de quando escrevia com a cabeça, mas meu coração de leão rugiu alto e nada mais se ouve.
A idéia se cala, a razão se omite e me perco, fico sem chão e ando em novas terras desconhecidas e vôo pela imaginação e viajo em sentimentos doces.


Conciliar ambos? É tão possível como misturar água em óleo, o céu a terra...
Um fala e o outro escuta e minha cabeça de águia que sempre foi tão afiada agora se cala  e repousa em seu ninho e cego fico para o mundo, leigo aos problemas  que antigamente apontava com tanto vigor e senso de justiça.


O mundo deixou de ser cinza e agora o vejo alucinadamente colorido.
 Problemas batem à porta e eu surdo me faço e assim continuarei até colocarem a porta abaixo.
Nietzsche virou Shakespeare, o idealista cético virou um romancista e deixa novas palavras escorrerem por seus dedos, é assim que me sinto...


Por agora...





** Texto velho que estava esquecido aqui e incompleto