segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Voz


Era um dia muito parecido com outros dias passados e por isso muito cansativo. Então se abateu, o dia se tornou muito longo, então aproveitou seu lar e  deitou em sua cama com a mesma suavidade que um boxeador beija a lona.

Entre sua consciência e a falta dela ouviu uma voz sussurrante que dizia:

“-Isso! Não se mova mais! Por hoje é seu fim, o mundo já tirou demais de você por hoje.”

Ele  já não sentia seus braços, suas pernas, ouvia apenas o ar entrando e saindo de seus pulmões. E falar?
Nada. Tinha que se calar para poder ouvir uma voz que quebrava o silêncio volúvel do quarto. Ela dizia:

“-Isso! Não pense, não lembre! Não queira viver o passado e nem inventar um futuro. Suas idéias sempre amarguraram o coração e por isso agora não pense em nada e sinta o prazer de não sentir nada. Faz por hoje pena o peso desse mundo que carrega. Esse mundo inteiro majestoso e ao mesmo tempo monstruoso que você criou, deixe-o flutuar!"

Uma hora virou uma noite, uma hora de noite bem dormida e infelizmente interrompido por sua família.

Fizeram a pensar que foi um nirvana.

Penso que foi um sentimento reprimido, a alma pedindo 5 minutos de paz.

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