domingo, 14 de agosto de 2011

G.P.




Era uma mulher da vida, dama da noite, meretriz ou se preferirem garota de programa ou até puta mesmo, tinha varias nomenclaturas, mas atendia por um nome em especifico que também não era seu verdadeiro nome.

Trabalhava numa casa com outras tantas garotas e não mantinha nenhum destaque sobre elas porque isso não lhe daria vantagem e mesmo que desse provavelmente não valeria a pena.
Ela nem se lembrava de como chegou a tal situação, só se lembra de certos erros cometidos há tempos atrás e agora paga o preço com seu corpo.

Usava pedaços de roupa que mais a despia do que de fato cobria, não que gostasse da vulgaridade, facilitava seu trabalho da mesma forma que um médico usa seu jaleco branco para ser identificado. E às vezes era médica também, aliviava os instintos animais, acalmava aflitos e em raras ocasiões era psicóloga de covardes. 

Passava uma boa maquiagem e aquela era sua mascara. Não podia mostrar que não gostava de nada daquilo, tinha que estar sempre disposta e alegre e ter que alegar seja lá quem fosse. Pintou sua boca de vermelho e diz muitas palavras doces ao pé do ouvido com muito carrinho e paixão. Diz muitas coisas sobre qualquer coisa, só não diz uma coisa: a verdade.

Anda sensualmente, era quase como uma serpente que se prepara para abater uma presa fácil. Seu veneno era puro feromônio matador de homens.

Mas andava cabisbaixa, só os mais sutis notam.  Ela podia continuar a vender seu corpo todo dia, mas pelos seus olhos percebesse que sua alma já tinha se perdido há tempos.

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