quinta-feira, 12 de abril de 2012

Conto do tempo

Conversavam duas pessoas assentadas sobre pedras à beira do mar, um demasiadamente jovem e o outro já no fim da vida. Ambos distintamente obstinados em seus destinos: O jovem queria um bom começo de jornada para se tornar um grande e respeitoso homem, tão sábio quanto guerreiro; O velho queria um fim memorável e não apenas ser enterrado em uma cova para apodrecer, alguém que fosse digno de manter um legado criado por ele.

E mesmo com essa desigualdade temporal entre as vidas se encaixaram como uma nova maçaneta para uma velha porta e juntos mostram o caminho para um infinito de poder perante o mundo.

O jovem dizia: “Quero aprender tudo!” - O velho retrucava: “Então morreras brevemente, o saber faz envelhecer, me veja e saiba que é verdade”.

O velho dizia: “Preciso de descanso e paz!” – O jovem ironizava: “Descansar? Tem tão pouco tempo de vida e ira desperdiçar com essa besteira? Logo descansara em paz eterna, então se mantenha firme comigo!”.

Horas a fio de conversas fervorosas em que até se exaltavam e levantavam-se, eram como pai e filho ou até mais, eram o passado e o futuro se encontrando.

Colocaram-se a velejar outro dia e alcançaram a maior das alturas: Se tornaram o horizonte em pleno por do sol! Um admirável brilho parte reflexiva e talvez por isso mesmo encantava, era a própria união entre céu e mar.

Nasceu anos depois a historia que dizia quem nem o mancebo envelheceu e que o velho não havia morrido por final das contas: Se tornaram ambos um único ser hoje venerado, o sábio rei.

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