quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Herege

Desfeito de tantas coisas o ponto de que tudo foi feito tanto quanto o nada e que ambos são os mesmos.  Nada mais incomodo do que o normal parecer estranho e fazer perder o valor do certo e errado e logo em seguida lhes atribuir os mesmos valores só que de cabeça pra baixo.

Dito, desdito e contradito; Feito, desfeito e inefeito.

Assim sigo como intriga, o imortal que não passa dos 33.

Herege me fiz ou fui feito ou ainda simplesmente nasci, existi e assim sou.

Porque se o tempo que é mestre sábio de tudo que existe, existiu ou existirá está sempre mudando e se contrapondo ainda que ao mesmo tempo esteja só se repetindo e se mantendo, logo eu, minúsculo aprendiz observador não posso deixar tal arte depreciada!

Herege é preciso ser para que nem todos os olhos se ceguem e nem todas as bocas se calem ou digam somente “sim”, para que meias verdades e mentiras bem contadas sejam questionadas.

Sou isca para que os monstros e demônios da alienação saiam de seus cantos escuros e mostrem suas faces cálidas e maldosas.

Herege por ter esperança num mundo no qual se pudesse eu propriamente atearia fogo! Essa é a diversão do palhaço não é?!?!  Ver o circo pegar fogo?!?! Porque só assim se vê livre!

E ainda que no fim nada fizesse sentido e que só o caos imperasse me sentiria enfim plenamente realizado ao mesmo tempo em que acabado, porque é o que meu eu pede e então a partir de tal momento me tornaria inútil.

Mas também talvez tenha a sorte e a renovação da fé em ver de todo caos gerado nascer uma razão mais forte e uma razão mais pura e então fazer compreensível todo alarde, intriga e cruel sinceridade mascarada de sarcasmo.

Nenhuma espada nasce afiada e sempre é de principio somente aço retorcido, vai o fogo e apanha fortemente por varias vezes até conseguir a sua forma precisa. Assim age o caos à ordem, o certo ao errado.

Então que seja eu a mão do ferreiro ou ao menos um dedo!

Como diria meu querido Nietzsche:
“Ora meu filho, pois isso nada mais é do que niilismo!”

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