quinta-feira, 28 de julho de 2011

Estrada Alheia

Em uma estrada qualquer, em um estado qualquer, em algum país desse mundo ele acelerava como quem quisesse alcançar o horizonte, o barulho do motor de 1000cv ruge como um leão e lembrava seu próprio espírito. Colocou no rádio um bom Rock’n’Roll do tipo que muitos gostam e que dá muitas vontades, vontade de mais, por isso acelerava mais, o pé pesava.

160 km/h de liberdade é a média.

Não olhava o retrovisor por que queria deixar tudo pra traz e sabia que nada que foi ultrapassado o alcançaria, seria como querer voltar ao passado e esse grandessíssimo erro ele está longe de cometer. Olhava a frente, mas não via a estrada, via o alem, o destino perdido querendo ser achado.

Então passou outro carro em direção oposta depois de muito tempo de estrada vazia e ele pensou consigo mesmo de como era parecido com fatos de sua vida: “Quanto maior a velocidade de algo a se opor ao meu caminho mais rápido ele é ultrapassado...”
Tempos depois passa outro seguindo em mesma direção e é ferozmente ultrapassado: “Não me atrase! Nossos caminhos são os mesmos só por instantes, ainda vou muito alem.”

Ele olha para o céu azul e vê pássaros cortando o vento, e sorri como se encontrasse irmãos que viviam longe porque eles compartilham do mesmo vento cortado, a mesma felicidade de estar solto ao mundo, o brilho do sol que aquece e a força de quem não tem como parar.
Determinação de quem não teme a nenhuma curva, não derrapa e nem perde o controle. ACELERA!


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